quarta-feira, outubro 12, 2011

Brincadeira de Criança - sobre meninos e meninas

Na semana passada me deparei com um comercial de tevê de um brinquedo para meninas que me intrigou. Trata-se de uma lava-roupa de boneca e, como se não bastasse isso, o texto ainda dizia: "uma maquininha de lavar roupa igualzinha à da mamãe".

Vamos lá: o brinquedo é rosa, cor simbólica-mor de representação do feminino, isso é indiscutível. O comercial só tem meninas e eu só vejo referências à mamãe, nada em relação ao papai. Deve ser porque, obviamente, o papai não lava roupa, correto?



O brinquedo virou febre, pelo que entendi. O título de uma matéria publicada no G1 dá conta de que a tal Lava Lava foi o maior sucesso nas lojas da 25 de março durante a campanha para o Dia das Crianças (pra quem não sabe, a 25 é o maior centro comercial de rua de São Paulo, paraíso das consumistas pobres como eu... rs). Quem quiser ler pra crer, segue o link aqui.

Bem, eu não tenho nada contra as meninas aprenderem a lavar roupa brincando, apesar de preferir outras brincadeiras mais criativas. Sei que as crianças adoram imitar os adultos e acho até saudável que elas aprendam desde pequenas a lidar com as responsabilidades domésticas, seja através do contato lúdico, seja ajudando a mamãe. Mas a minha ressalva vai para o fato disso ser claramente direcionado apenas às meninas e não aos meninos. 

Muita gente vai dizer que sou exagerada ou feminista (aliás, obrigada... rs), mas eu não quero que minha filha aprenda a lavar roupa enquanto os meninos aprendem a se divertir de verdade com bolas, carrinhos, aviões ou coisa que o valha. Eu olho ao redor as meninas brincando de fazer comida em meio a panelas e, do outro lado, meninos com bonecos e carros e só consigo visualizar o que acaba acontecendo na maioria dos lares no futuro: mulheres trabalham enquanto homens se divertem. 

Parece um treinamento. Meninas são treinadas para os cuidados com a casa (nem que seja apenas através das brincadeiras), enquanto os meninos brincam no sentido genuíno da palavra. Observo dentro das casas as famílias se desenvolvendo com essa configuração muito clara: as meninas ajudam a mamãe, enquanto os meninos são mimados. Meninas aprendem a lavar sua calcinha. Meninos deixam cuecas sujas para os outros lavarem. 

Quando crescem, os homens "maduros" (#not), mesmo aqueles com boa vontade (sim, eles existem!), ficam perdidos diante da responsabilidade de ter que dar conta da própria vida. Ora, convenhamos, cuidar de casa é um tremendo pé no saco. Ou melhor, no útero. E com cólica, pra ser bem dolorido. É um trabalho não remunerado, mal reconhecido e que não termina nunca! Ninguém gosta de ter obrigação de fazer, mas faz. Faz porque gosta de ver a casa limpa, arrumada, bem cheirosa e aconchegante. Faz porque precisa de talheres limpos para a próxima refeição, e porque, vamos combinar, dá uma dignidade danada ver a casa tinindo de organizada, né? Até eu que não sou nenhum exemplo de organização adoro ver tudo no lugar. 

Então, se ninguém gosta, mas todo mundo usufrui dos benefícios e mora no mesmo lugar, é preciso entrar na dança, arregaçar as mangas e colocar a mão na massa. Grande parte dos homens (sem generalizações, por favor) não faz a menor ideia de como ser dono da própria casa. Quando não terceirizam o trabalho doméstico, procuram uma esposa como quem seleciona uma empregada. Plus: ela ainda tem que ser bonita, depilada, boa mãe e dar um jeito de ganhar dinheiro pra ajudar no orçamento (!). 

Desculpem, mas querer educar minha filha pra entender que isso é questão de responsabilidade e não de obrigação somente dela é ser radical ou feminista? Não que eu ache isso ruim, mas pra mim é uma questão de ser justa. Os meninos não brincam de casinha, não brincam de fazer comidinha, de varrer a casa, lavar roupa, cuidar do bebê, etc, etc e etc. Então, eles crescem sem o tal "treino". Mesmo aqueles que citei lá em cima, que têm boa vontade e querem ajudar. Eles são perdidos, não sabem nem por onde começar. Não entendem que se trata de um serviço vitalício e que necessita ser realizado todos os dias. Eles não aprendem a ver o lixo cheio, a pia abarrotada, o cesto de roupa transbordando, a cama desfeita, o chão sujo e assim sucessivamente. A maioria deles - e mesmo alguns que conheço com discurso feminista, ressalte-se - simplesmente se acomoda, sobretudo, porque sabe que alguém uma hora fará o trabalho por eles. Seja porque não suporta ver tudo desorganizado, seja porque cansou de pedir cooperação, seja porque se incomoda com a sujeira. Afinal, alguém tem que fazer o trabalho sujo.

Estou escrevendo isso baseada em experiências, observações que fiz nas casas por aí, conversas entre amigas, colegas, casadas ou não, com irmãos homens,... como é cansativo perceber que a mesma história se repete o tempo todo e depois de tantos anos de história. Digo a vocês que gostaria de estar escrevendo outra coisa e fazendo constatações mais otimistas em relação à igualdade de responsabilidades entre os gêneros.

Mas o fato é que isso está longe de acontecer e só vai se concretizar quando olharmos de forma mais criteriosa para a educação. E educação, minhas queridas e meus queridos, começa em casa, bem cedo, antes da escola. Começa no cuidado, começa no brincar. 

Hoje foi meu primeiro dia das crianças como mãe de uma criança, já que no ano passado a Valentina, do alto de seu segundo mês de vida, só sabia brincar  de mamar. Hoje eu brinquei com a minha filha de dançar, desenhar e contei histórias. Passeei no parque, empurrei ela no balanço e no escorregador. Bati palmas, cantei músicas e fiz teatro de bonecos. 

Não estou dizendo que não vou deixar minha filha brincar de lavar roupa ou fazer bolinhos se assim ela quiser. Ao contrário, farei questão de inclui-la nesse universo - de forma lúdica, é claro -, para que ela entenda desde cedo que não existe mágica: as roupas não ficam limpas, a pia vazia e a comida pronta em um sacudir de varinha de condão. 

Proponho a nós, mães - já que isso também parece estar relegado principalmente às mulheres -, usarmos essa arma de forma inteligente. De tantas responsabilidades que temos em mãos, acredito que a mais poderosa seja a de educar nossos filhos para que eles escrevam histórias melhores no futuro. Vamos ensinar os meninos a lavar roupa, fazer comida e lavar suas cuecas também. Vamos brincar de casinha com eles e fazer eles de papai que também cuida dos bonecos como as meninas de suas bonecas. Não coloquem a culpa no "instinto maternal", isso nada mais é do que cultural. E cultura, meus caros, é construção social. Cons-tru-ção. 

Não vamos deixar que lá na frente os meninos que criamos escolham mulheres para os servir e sim para que escolham mulheres que sejam suas companheiras, parceiras. Alguém com quem contar na vida e dividir as coisas boas e ruins. Não vamos deixar que eles entrem em conflito com suas esposas simplesmente por não terem aprendido a ter iniciativa dentro de suas casas, com mamães tornando a vida fácil para os meninos e complicada para as meninas. Já vi mães com casais de filhos reclamarem que suas filhas "não ajudam em casa" e nada falar dos seus bebezões preguiçosos que darão trabalho às esposas mais tarde. Demorou pra mudarmos essa situação. As nossas mães são da geração da liberação feminina, porém, não entenderam muito bem o que isso significava. E acho que nem nós entendemos ainda, pois contribuímos o tempo todo para que esses "pré-conceitos" se propaguem. 

Mas ainda há tempo e eu sou cheia de esperança no futuro.

E que ele comece dentro de casa. Hoje. 

Um feliz dia de BRINCAR para todos. 






domingo, julho 24, 2011

Maternidade e Transformação



Depois que passamos por uma certa transformação chamada maternidade, vamos descobrindo pelo meio do caminho diversas coisas que não nos servem mais. É preciso estar sensível para perceber o que deve ser descartado e o que não deve e, ainda, o que queremos para o que irá nos servir novamente. Não é fácil e se você não se der conta, pode se perder de si mesma mais tarde. Então, vou podando o que não serve, retirando as partes podres, como uma planta, que precisa ser cortada e aparada para continuar crescendo forte depois.

quinta-feira, junho 16, 2011

Mamaço Carioca

Passando aqui bem rapidinho pra falar que o Mamaço Carioca foi maravilhoso! O Parque Lage estava lotado de gente do bem. Mães, amamentando ou não, pais, crianças de todas as idades, grávidas, avós, amigos. Uma cena realmente linda de se ver. Parecia até um universo paralelo, o tempo todo vinha à minha cabeça aquela música da Marisa Monte que eu AMO, "Vilarejo", que diz assim...


Há um vilarejo ali...

Onde areja um vento bom


Na varanda, quem descansa, vê o horizonte deitar no chão


Pra acalmar o coração


Lá o mundo tem razão


Terra de heróis, lares de mãe, o paraíso se mudou para lá


Por cima das casas, cal

Frutas em qualquer quintal

Peitos fartos, filhos fortes, sonhos semeando o mundo real


Toda gente cabe lá

Palestina, Shangri-lá


Vem andar e voa, vem andar e voa, vem andar e voa


Lá o tempo espera, lá é primavera


Portas e janelas ficam sempre abertas pra sorte entrar


Em todas as mesas, pão


Flores enfeitando

Os caminhos, os vestidos, os destinos


Tem um verdadeiro amor

Para quando você for...





Foi lindo. Um protesto de amor.


Quem quiser ler sobre o evento, tem matéria do site Terra aqui, com fotos.

quinta-feira, junho 09, 2011

Mulheres realizam ato pró-amamentação no próximo domingo


Evento intitulado Mamaço Carioca terá roda de amamentação coletiva, debates, apresentações artísticas e espaço para crianças

No próximo domingo (12), mães e organizações sociais promovem um ato em favor da amamentação no Rio de Janeiro, intitulado Mamaço. O objetivo da iniciativa é discutir a valorização do aleitamento materno e a inclusão de espaços destinados à prática em locais públicos. O evento é gratuito e acontece no Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, das 10 às 14 horas. Na programação estão incluídas, além da roda de amamentação coletiva que dá nome ao evento – o mamaço -, atividades como debates envolvendo os temas relacionados; compartilhamento de experiências e dificuldades individuais entre as mães com a mediação de profissionais especializados; apresentações artísticas; e um espaço infantil para desenhos e contação de histórias.
            Várias cidades brasileiras se mobilizaram em apoio à causa e promoveram mamaços locais, entre elas, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza e Recife, onde a ocasião ganhou grande repercussão na mídia local e nacional. O intuito do movimento é estimular a amamentação, orientar a população sobre as recomendações da Organização Mundial de Saúde e combater o preconceito contra as mães que amamentam em público.
A expressão mamaço surgiu após a antropóloga Marina Barão ter sido impedida de amamentar em público, há cerca de dois meses, pela monitoria da exposição do artista plástico Leonílson, no Instituto Itaú Cultural da Avenida Paulista, em São Paulo. A argumentação foi de que seria proibido se alimentar naquela sala: a mãe estava com seu bebê de dois meses em um sling (carrega-bebê de pano), e, quando ele sentiu fome, naturalmente o colocou para mamar. Após o incidente, Marina organizou o movimento que chamou de “Mamaço Cultural”, onde reuniu mães em um evento apoiado pela própria instituição, que se retratou publicamente.
Paralelamente a isso, nos dias que antecediam o evento, realizado no início do mês de maio, a jornalista Kalu Brum, publicou em seu perfil na rede social Facebook uma foto amamentando o filho. No dia seguinte, o Facebook enviou-lhe um comunicado informando que a foto seria retirada por apresentar conteúdo impróprio. A jornalista então criou uma comunidade na rede convidando todas as mães a trocarem as imagens dos perfis por uma foto de amamentação, e, aludindo ao evento paulistano, chamou a comunidade de “Mamaço Virtual – Porque Amamentar é Beleza Pura!”. Os acontecimentos geraram, além disso, uma mobilização coletiva em vários blogs, formando em todo o país um verdadeiro manifesto em defesa da amamentação.

Aleitamento – A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de idade e misto (como complemento à alimentação) até, no mínimo, os dois anos de idade do bebê. A amamentação exclusiva reduz a mortalidade infantil por enfermidades comuns da infância, como diarreia e pneumonia, e ajuda na recuperação de enfermidades. Crianças alimentadas com leite materno normalmente dobram de peso do nascimento até essa idade. O leite materno, além disso, é barato e não corre o risco de ser contaminado com bactérias, como pode acontecer com as mamadeiras e o leite em pó, além de continuar trazendo benefícios para as crianças nos anos que se sucedem aos primeiros seis meses.
Programação Completa Aqui.
Mais informações:

Ellen Paes
Jornalista / Assessora de Imprensa
(21) 8724. 3139

Maribel Barreto
Organizadora
(21) 9285. 7018

segunda-feira, abril 18, 2011

Parindo o medo e o meu medo de parir

A maioria das pessoas que me conhecem tem a seguinte imagem de mim: uma mulher forte, batalhadora e destemida. Já ouvi isso diversas vezes de amigos e familiares, mas acho que essa leitura tem mais a ver com a minha autoconfiança do que com qualquer outra coisa. O resto é meio uma imagem que eu persigo, não necessariamente o que eu sou. É aquela velha história: tem o que eu sou, o que eu penso que eu sou e o que os outros acham que eu seja.

Aonde eu quero chegar com essa conversa? No Medo. Medo, assim, com M maiúsculo mesmo. Aquele medo que te trava, te apavora, te impede de seguir em frente. Sim, eu sou destemida para muitas coisas: já saltei de bungee-jump, voei de helicóptero e parapente, já mudei mil vezes de cidade e emprego, já dancei para um público de mais de três mil pessoas, já trabalhei falando na televisão, já fiz tatuagem, depilação profunda, enfim - isso tudo parece descrever uma pessoa destemida, não? Não. Errado.

Eu tenho medo, muito medo de várias coisas. Inclusive, de todas essas coisas que citei acima. Eu tive medo de tudo, mas fui lá, enfrentei e fiz. A diferença é que eu prefiro não deixar o medo me paralisar e impedir que eu faça algo que me traz muita felicidade.

Por quê estou falando sobre isso? Bem, porque recentemente me caiu a ficha do motivo que me levou a não conseguir parir a minha filha pelas vias naturais - como eu havia idealizado. Eu posso inventar mil coisas e mil motivos desculpas para dizer que que fui levada a uma cesárea de emergência... Que minha filha não queria descer, que estava com circular de cordão (tudo verdade). Mas a real, minhas amigas e meus amigos, é que eu paralisei de medo e pedi a cesárea. Medo da dor que eu estava sentindo. Pavor.

Não, eu nunca havia cogitado parir em minha vida. Dos nove meses de gestação, sete deles eu fingi para mim mesma que não sabia que passaria por um parto. Fiquei esse tempo todo submissa ao meu obstetra, que ao meu ver (naquela época) entendia tudo sobre o assunto. Eu deveria  apenas seguir o que ele orientava. É assim que somos educadas na nossa cultura, o médico é um Deus, ele sabe tudo. Cresci convivendo com essa realidade, minha mãe, por exemplo, só teve filhos através de cirurgias. Minhas tias também. Minha vó, segundo as pessoas da minha família, quase morreu do parto da minha mãe, então, eu tinha uma imagem completamente negativa do parto, achava que parir é uma "violência" com o corpo da mulher.

Não sei muito bem quando foi que tive essa iluminação divina e minha cabeça deu um click sobre esse assunto. Lembro-me de ter assistido alguns vídeos de parto e ter achado a cesariana uma coisa muito fria, sem graça e, agora sim: violenta e invasora. Você toma a anestesia para permitir que seu corpo seja invadido. Imaginem uma cesárea sem anestesia? Impossível né? Você precisa dela para aguentar um médico cortar sete camadas da sua pele e retirar o seu filho de lá, sem nem saber se ele quer mesmo sair naquele momento. Dei-me conta disso ao conversar com uma colega de trabalho que havia tido um parto normal hospitalar. Ela: magrinha, boazinha, um doce de pessoa. Perguntava-me como ela tinha conseguido e daí em diante comecei a mudar minha imagem sobre o parto normal, mas ainda não sabia nada sobre o natural, nem muito menos domiciliar. Só lembrava-me da Gisele Bündchen falando no Fantástico sobre sua experiência e eu, muito descrente, desconfiei de tudo o que ela havia falado.

Foi então que, do alto dos sete meses, uma conhecida da internet veio me questionar sobre como eu queria o parto e eu falei que iria tentar o normal. Ela me perguntou novamente: normal ou natural? E eu achava que era a mesma coisa. Comecei então minha peregrinação atrás de informações a respeito, entre livros, sites, blogs, fóruns e encontros de mulheres, gestantes e tentantes. Um novo mundo se abriu na minha mente.

Quando meu médico me falou para marcarmos a cesárea ou a indução do parto, me senti desrespeitada pela primeira vez. Demorou. Ora, eu nunca havia tido nenhum problema durante a gestação, fora um alarme falso que foi rapidamente controlado, estava bem. Pressão ok, bebê ok, tudo perfeito. Sem falar nos famosos quadris largos, que me fizeram passar a vida inteira escutando que seria uma "ótima parideira". Então, perguntei para ele, por que cargas d'água ele queria marcar o parto. E ele me respondeu que as maternidades que ele trabalhava ficavam lotadas e que ele não queria ir para outros lugares mais longe. Eu disse pra ele que gostaria muito de esperar a minha filha nascer no dia que ela escolhesse, entrar em trabalho de parto, sentir as contrações, enfim, VIVENCIAR o momento em sua totalidade e com espontaneidade, se possível, da forma mais natural possível, sem tantas intervenções. Ele não esperava aquela reviravolta àquela altura e logo soltou um: "você quer voltar à idade dos índios." Eu fiquei com aquela cara de... "Oi?"

Participei desses encontros de mulheres que defendem o Parto Natural Domiciliar ou Hospitalar com o objetivo de pegar contatos de outros médicos que fossem entusiastas da causa e que respeitassem as minhas vontades. Qual não foi a minha surpresa quando percebi que, infelizmente, queridas, os médicos dos nossos planos de saúde não se dispõem a acompanhar partos naturais por um motivo muito óbvio - eles perdem tempo demais com uma mesma parturiente. E tempo, sabemos, é dinheiro! Mas o que vocês vão escutar é: "seu bebê está com circular de cordão", "sua placenta está muito amadurecida", "você já está com 40 semanas de gestação", entre outras coisas, que são, em grande parte, mito, tirando raríssimas exceções que realmente seriam indicativo de cesárea. Quem quiser saber mais sobre esse assunto, entra aqui, pois não quero entrar nesses pormenores, não é o objetivo desse post. Meu ex-médico, ao menos, foi franco. Disse que estava perfeita, mas que ele não queria arriscar. (Arriscar, no caso, a comodidade dele. Não a minha, que fique claro.)

Enfim, decidi encontrar algum médico que fizesse o parto normal ou natural e que, pelo menos, respeitasse a minha vontade de esperar a minha filha querer e estar preparada para nascer. Isso tudo levou tempo e do alto das 33 semanas de gestação, eu não queria mais ficar rodando atrás de médico. Preocupei-me apenas em ter uma boa conversa com a escolhida e ela me pareceu bastante sensata, esclarecendo, lógico, que nem sempre tudo sai como planejado. Ok, eu, que não engravidei planejadamente, sei disso mais do que ninguém né?

Bem, que terminou em cesárea todo mundo já sabe. (Quem não sabe, e tiver paciência de ler a saga completa, tem nesse post aqui como tudo aconteceu). Mas eu não vou dizer para ninguém que foi porque TINHA QUE SER não. Sou mulher o bastante para assumir minhas fraquezas e não ficar posando de vítima da situação. Vítima é algo que não sou. No máximo, fui refém da minha educação.

Analisando o que aconteceu nesses quase oito meses de vida da minha filha, percebo que meu parto natural não se concretizou por puro medo. Os dois meses da minha gravidez que eu tive para mudar de mentalidade e tentar mudar a minha história não foram suficientes para que eu estivesse verdadeiramente preparada para tudo. Eu achava que, sozinha e na hora "P", daria conta do recado. Digo sozinha porque, apesar de minha mãe estar lá comigo, ela era praticamente EU naquele momento. Ela estava comigo e acho que sentia as mesmas coisas como eu sentia ou, queria sentir, como qualquer mãe, quer sentir a dor pela filha. O resto foi o resto. Foram nove horas em trabalho de parto, cinco das quais, em casa. Tranquilo. Cheguei no hospital bem, serena e controlada. Mas na sala de pré-parto as coisas começaram a mudar. As pessoas não paravam de entrar e falar. Meu marido não estava comigo e nem pelo menos por perto, ficou a andares de distância de mim. Abriram minha veia e deixaram uma agulha lá, "para a hora da anestesia", o que limitou bastante meus movimentos e não pude fazer os exercícios de relaxamento que tinha aprendido e me programado mentalmente para fazer. Minha mãe, coitada, não sabia como me ajudar, a não ser me dando amor e apoio moral. Mas ela estava mais apavorada que eu, dava pra sentir.

Eu achei que conseguiria ir até o fim, até que......................... a dor apertou e eu me descontrolei. "Então era isso que as meninas do fórum falavam de partolândia." Uma dor que não dá para descrever. Eu só lembro que não havia posição que me fizesse sentir confortável e qualquer barulho me irritava. Eu queria ir pro chão, ficar de quatro, queria alguém me fazendo massagem nas costas, queria abraço, beijo. E ao mesmo tempo, nem sabia o que eu queria. Naquele momento, em vez de me entregar à dor, acabei lutando contra ela e me desconcentrando. Tive medo. Isso mesmo: ME-DO. Um medo paralisante. Não imaginava que sentiria tanto medo. Eu falava que iria morrer. "Eu vou morrer, eu vou morrer!!!" E de certa forma, eu morri. Aquele dia eu morri um pouco para renascer outra. Acho que quem passa por isso, se transforma, renasce. E isso porque eu não passei pelo expulsivo, imagina se tivesse chegado lá? Sairia, além de renascida, inteira. Sem cicatrizes no corpo ou na alma. Sem dores. Renovada. Serena, como quando entrei ali. E com minha filha nos braços.

Fora o momento do nascimento, só fui ficar com a minha filha, horas depois. Fiquei "depositada" em um corredor com pessoas desconhecidas passando para lá e para cá, esperando vagar um quarto. Eu tremia de frio e não conseguia me mexer direito, toda enfaixada. Acho que tive febre quando passou o efeito da anestesia. Passei quatro dias depois com dores, gases e diarréia de tanta porcaria que me fizeram tomar pra aguentar o pós-operatório. Não podia falar, não podia sentar pra amamentar, tinha que limpar pontos, fazer curativo e mal conseguia pegar direito a minha filha no colo. Sim, o momento não deixou de ser lindo, afinal, era minha filha nascendo. Mas, convenhamos, poderia ter sido melhor sim. O primeiro mês, inclusive, acho que teria sido menos estressante, meu leite teria descido mais rápido, e ela teria nascido bem.

Eu supliquei pela cesárea, pedi muito para minha mãe. Eu fiquei louca. Queria a minha casa, meu chuveiro quente, minha cama, o cheiro das pessoas que amo, cores, aconchego. Era tudo branco e impessoal. As pessoas não paravam de olhar o relógio. Hoje, entendo a importância de tudo isso, de estar em um ambiente acolhedor, com pessoas que você ama e/ou confia, que te conhecem, que estão ali pra te ajudar e não com pressa de acabar logo para poder dormir ou tomar café "porque o dia está apenas começando e você é apenas mais uma gestante".

Mas isso tem um preço, que eu e meu marido não pudemos, não quisemos ou não achávamos que precisávamos pagar para conseguir. Por isso, hoje, sem traumas, sei dos meus limites, erros e acertos e falo sobre o assunto abertamente. Acredito que toda mulher pode parir, se assim quiser. Algumas, raras, precisam de cirurgia sim, e é pra isso que existe a Medicina. Para esses casos.

Para parir, tem que querer MUITO. E não só querer muito, como eu quis, mas se preparar para isso desde o início, com todas as forças que puder. A maioria das mulheres se faz de desentendida. Faz que não é com ela. Sei disso, porque foi assim que agi durante quase todo o tempo. Passiva.

Avaliando minha experiência, vejo que muita coisa poderia ter sido diferente sim, mas foi a minha experiência. Naquele momento, era o que eu estava preparada para viver. Tenho certeza que fui ao meu limite e fiz o possível para conseguir. Não foi suficiente, tudo bem, mas foi a minha experiência e trouxe ao mundo a pessoa mais importante da minha vida, minha filha Valentina. Terminou tudo bem e cá estamos nós, felizes e ainda curtindo muito a nossa lua de leite.

Ela nasceu sem respirar. Sim, porque, no meio tempo que precisei esperar por uma sala de cirurgia de emergência, ela desceu. Pela cirurgia, eles tiveram que tirá-la já no canal vaginal, onde as vias respiratórias do bebê são liberadas durante a passagem. Quando me dei por consciente disso, entendi por que minha dor estava tão intensa! Estava perto, muuuuito perto, minha gente. E se eu consegui chegar tão perto e SEM anestesia, meus amigos, eu POSSO ir até o final. E sim, acredito que a Gisele Bündchen também conseguiu. Na casa dela, com uma equipe maravilhosa acompanhando, com o apoio dos que ama. Sim, é possível. Quem quiser entender um pouco do que se trata essa experiência, recomendo o vídeo abaixo que recebi há poucos dias de um mulherão chamado Rosana Oshiro, que participa do mesmo grupo que participo online, o Ishtar.


Já assisti três vezes e sempre me emociono. Muito forte e muito lindo. 

Eu não sei ainda se vou engravidar de novo, e quando isso vai acontecer, mas se engravidar, tentarei fazer diferente. Quero estar mais madura, informada, preparada. Mais consciente do meu papel e mais forte para ir atrás dos meus direitos até o final. Ter mais força e mais sapiência para aguentar tudo até o final. E apoio, muito apoio. Moral e físico! Quero alguém que na hora que eu estiver vulnerável esteja lá me passando confiança, acima de tudo, em mim mesma e no meu bebê. Que eu supere meus medos, como os tantos outros que superei. Que eu não paralise diante de mais nada nessa vida.


Amém.


Se vai acabar como eu espero, não dá pra saber. Mas alguma coisa há de ser diferente. Isso há!



Miedo

Lenine

Composição : Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis

Tienen miedo del amor y no saber amar
Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz
Tienen miedo de pedir y miedo de callar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tienen miedo de subir y miedo de bajar
Tienen miedo de la noche y miedo del azul
Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar
Miedo que da miedo del miedo que da
El miedo es una sombra que el temor no esquiva
El miedo es una trampa que atrapó al amor
El miedo es la palanca que apagó la vida
El miedo es una grieta que agrandó el dolor
Tenho medo de gente e de solidão
Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá
Tenho medo de acender e medo de apagar
Tenho medo de esperar e medo de partir
Tenho medo de correr e medo de cair
Medo que dá medo do medo que dá
O medo é uma linha que separa o mundo
O medo é uma casa aonde ninguém vai
O medo é como um laço que se aperta em nós
O medo é uma força que não me deixa andar
Tienen miedo de reir y miedo de llorar
Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser
Tienen miedo de decir y miedo de escuchar
Miedo que da miedo del miedo que da
Tenho medo de parar e medo de avançar
Tenho medo de amarrar e medo de quebrar
Tenho medo de exigir e medo de deixar
Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia
O medo é uma armadilha que pegou o amor
O medo é uma chave, que apagou a vida
O medo é uma brecha que fez crescer a dor
El miedo es una raya que separa el mundo
El miedo es una casa donde nadie va
El miedo es como un lazo que se apierta en nudo
El miedo es una fuerza que me impide andar
Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão
O medo circulando nas veias
Ou em rota de colisão
O medo é do Deus ou do demo
É ordem ou é confusão
O medo é medonho, o medo domina
O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara
Medo de encarar
Medo de calar a boca
Medo de escutar
Medo de passar a perna
Medo de cair
Medo de fazer de conta
Medo de dormir
Medo de se arrepender
Medo de deixar por fazer
Medo de se amargurar pelo que não se fez
Medo de perder a vez
Medo de fugir da raia na hora H
Medo de morrer na praia depois de beber o mar
Medo... que dá medo do medo que dá
Medo... que dá medo do medo que dá


terça-feira, março 01, 2011

Cabelo bom ou cabelo ruim - eis a questão


Se tem uma coisa que me irrita é essa forma de se expressar das pessoas que acaba incutindo no inconsciente coletivo o preconceito, o racismo ou a discriminação. E essa história de cabelo bom e ruim é uma delas. O que é cabelo bom e o que é cabelo ruim para você? Para a maioria esmagadora da população, cabelo bom é cabelo liso e cabelo ruim é cabelo cacheado ou crespo. E por mais que você tente, as pessoas usam essas denominações sem nem mesmo se tocar que estão passando adiante um preconceito velado.

O conceito de bom e ruim para mim é outra coisa. Cabelo bom, para mim, é cabelo bem cuidado, brilhoso, macio, hidratado... seja ele liso, cacheado, crespo, ou como você quiser chamar. Já vi cabelo liso ruim aos montes! Quebrado, opaco, sem vida, sem corte, cheio de pontas, seco.. Assim como já vi cabelos cacheados e crespos lindos, bem hidratados, bem cortados, macios... e vice-versa.


Leandra Leal - linda, loura e devidamente cacheada. Alguém duvida que o cabelo dela seja BOM? Eu não.

Agora, e esse liso aqui que ela usou em Senhora do Destino? Estava RUIM, vamos combinar...

Eu posso estar bancando a chata, mas a verdade é que tenho propriedade para falar! Dá licença, mas sou uma cacheada/ondulada/crespa natural que passou quase a vida inteira recorrendo às mais variadas químicas para alcançar o sonho-liso que todas as meninas pediram a Deus.

Devo ter começado essa "via-crúcis"  aos 13 anos. Minha mãe, cansada dos meus recorrentes pitis-aborrescentes, me levou em um salão para fazer aquele relaxamento brega horroroso que prometia tirar o volume Gal Costa tão fora de moda nos anos 90. Lembro-me da minha reação ao, ingenuamente, perguntar ao cabeleireiro se meu cabelo ficaria liso. E o patife profissional me prometeu que sim. - #fail.

Nem precisa dizer que obviamente eu nunca consegui alcançar tal resultado e o mais perto que cheguei disso foi quando inventaram a famigerada escova definitiva, que também atende pelo nome de progressiva, marroquina, de chocolate, japonesa, de cristal... enfim, cada hora inventam um nome para vender o que nada mais é do que um procedimento super forte com 0,2% de formol e faz as madeixas memorizarem através da chapinha o formato liso. Entre elas, só muda um ou outro detalhe aqui e acolá, mas na essência é tudo a mesma merda  coisa. Olha só que promessa atraente e DE-FI-NI-TI-VA.

Era início dos anos 2000, me recordo prefeitamente do burburinho que a Fátima Bernardes causou quando se submeteu a uma escova japonesa definitiva. Pensei: "gente, meu sonho de infância se realizou." Claro que não poupei esforços para finalmente ter minhas almejadas madeixas lisas - definitivamente. E não preciso dizer que de definitivo, no final, só minha tatuagem né? Porque quando a raiz cresce, neguinha............................... segura a onda! (literalmente!)

Fátima Bernardes e a polêmica da escova definitiva que fez ela ficar 3 dias sem lavar o cabelo a olhos vistos (e criticados) do público. Quem lembra

No começo, só flores. O cabelo responde bem à química porque ainda não está viciado. Passei simplesmente uns 7 anos me submetendo a isso e o que tinha de química foi descendo para as pontas e, lógico, me tornei escrava da chapinha. Sim, porque não importa o que vão te dizer no salão, seu cabelo não vai ficar pronto quando você sair do chuveiro e secar liso e arrumado. Tem sempre que dar aquela modeladinha nas pontas para não ficar com aquele aspecto esticado de vassoura. (pronto, falei.)

Depois de tanto tempo naquela monotonia eternamente lisa, comecei a tentar mudar o que dava para ser mudado: a cor, o corte, o jeito de pentear... mas por causa dos tais 0,2% de formol (sim, TODOS têm), nada assentava direito naquela coisa tão... digamos... definitiva.

Fui cortando para me livrar do cabelo morto das pontas e quando engravidei foi o ultimato. Ou eu me assumia, ou ia morrer fazendo escova e chapinha para deixá-lo, no mínimo, apresentável, já que a gravidez não permitia mais eu me expor às químicas (tem gente que faz, mas a química não era tão importante na minha vida assim para eu arriscar.).

Resolvi então, depois que minha filha nasceu, assumir meu cachos e me (re)conhecer. Afinal, nem sabia mais como ele era, de tantos anos alisando!

Com dois meses de parida, eu estava realmente necessitando de algo para reviver meu cabelo... e me rendi às tesouras dessa artista natalense aqui (Nalva Melo, a dona do famoso Café Salão), contando todo o meu drama de novela mexicana com os cabelos: com a Valentina nascida e demandando 100% do meu tempo, agora, não dava mais para dedicar tempo a chapinhas e afins. Precisava de uma coisa prática como lavar e sair PRON-TA do chuveiro - dessa vez, de verdade. Nalva foi direta e certeira: vamos ter que cortar todo para tirar todo esse alisamento e voltar pros cachos. Só assim você vai sair pronta do chuveiro como quer. Alguns minutos de insegurança depois, lá estava eu, repicada e cacheada como só havia me visto quando criança!

Foi um alívio, uma libertação. Não sabia o que era sair do chuveiro livre. Poder lavar o cabelo quantas vezes quisesse no calor do verão, sair com ele molhado, ir à praia, mergulhar e deixar secar naturalmente... Como assim, cabelo ruim??? Excuse me, mas meu cabelo está BOM é agora!

Não sou contra cabelos lisos, pelo contrário, acho lindo, não vou cuspir no prato que comi (e como comi!)! Eu curti muito enquanto estive lisa. Mas prefiro uma coisa menos definitiva e mais prática nesse momento da minha vida... quando tiver saudades (e tempo), a chapinha estará ali guardadinha no lugar dela me esperando. Por enquanto, quero meus cachos aqui, tornando a minha vida mais simples, escancarando minha identidade todos os dias no espelho, fazendo minha filha se reconhecer em mim mesma quando seus cachinhos crescerem também (será que vai ser cacheado?) e ver como podemos nos descobrir belas como realmente somos.

Viva o retorno à moda dos volumosos! Salve a Helena negra de Manoel Carlos! Finalmente, a moda nos livrou desse padrão europeu inalcançável e frustrante para as brasileiras. Somos lindas, volumosas e exuberantes - cacheadas ou lisas! Somos BOAS! Ruim é quem não concorda com isso.



sábado, fevereiro 26, 2011

AmaRmentar é...


Amamentar é o momento mais importante que tenho com a minha filha. Vai muito além de alimentá-la. É um ato de amor, de cuidado, afeto e vínculo insuperável. Sou muito grata à natureza por me proporcionar ser fonte de saúde para minha filha, além de ser a alma que carrega o corpo que foi feito especialmente para gerá-la. Nunca me senti tão plena e segura do meu papel feminino, nunca me senti tão perto, enfim, do ser sagrado. Sempre sonhei com isso. Quando sonhava com minha futura filha, sempre me via amamentando. E pensar, vejam só, que por todos os problemas que tive no início, eu quase cheguei a duvidar da minha capacidade de proporcionar isso a ela. Isso acontece com a maioria das mulheres e a maioria acaba desistindo acreditando ser incapaz ou não ser suficiente. São as ciladas da vida e do mercado... As mulheres, que nesse momento comumente estão vulneráveis, acabam cedendo à pressão externa ou à comodidade. Que bom que insisti. Não é fácil, mas sublimar nossas dores em função da cria faz parte de todo o processo de tornar-se mãe, que para os desavisados (as), trata-se realmente de um período por vezes extremamente exaustivo... porém, proporcionalmente prazeroso. O segredo é manter-se calma, segura e paciente. Confiar em si mesma e confiar que o seu bebê saberá o que fazer mais cedo ou mais tarde. E ter plena consciência de que tudo na vida é fase. Curtir cada uma e ser feliz com esses pequenos momentos é a chave para o que eu gosto de chamar evolução interna. E já faz seis meses... Vamos seguindo em frente! De fase em fase... sem pressa. Que a natureza me permita continuar essa "lua de leite" com a minha pequena.